Últimas palavras de empresário morto são expostas e geram comoção

Testemunha do caso afirmou que em momento algum a vítima agrediu o policial.

Uma discussão envolvendo o policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão, de 40 anos, e o empresário Marcelo dos Anjos Abitan da Silva, de 52 anos, terminou em tragédia na madrugada de domingo (19) em frente ao Wyndham Rio Barra, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

O desentendimento teria começado devido ao bloqueio da entrada da garagem do hotel por um carro estacionado irregularmente. Marcelo, que estava hospedado com a família, foi atingido por três disparos e não resistiu aos ferimentos.

Dinâmica do crime

De acordo com testemunhas e imagens de câmeras de segurança, Marcelo buzinava para acessar a garagem quando o policial, que mora no apart-hotel, saiu para verificar o que estava acontecendo.

Os dois iniciaram uma discussão que se intensificou, com troca de xingamentos e gestos exaltados. As gravações mostram que Marcelo caminhou em direção ao policial, que sacou a arma e pediu que ele se afastasse. Apesar da ordem, Marcelo continuou se aproximando lentamente.

Raphael então disparou na barriga do empresário, que tentou se afastar enquanto questionava o motivo do tiro. Ao virar de costas, Marcelo foi atingido por mais dois disparos. Testemunhas relataram que o policial ordenou que funcionários chamassem a polícia antes de fugir do local em um carro.

Decisão judicial e investigações

Na segunda-feira (20), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão temporária de Raphael Gedeão por 30 dias, com o objetivo de evitar interferências nas investigações e garantir a coleta de provas e depoimentos. Segundo o juiz Orlando Eliazaro Feitosa, o suspeito está em local incerto e provavelmente ainda possui a arma usada no crime.

O advogado do policial, Saulo Carvalho, declarou que Raphael entrou em contato com os órgãos de segurança imediatamente após o ocorrido e estaria à disposição das autoridades para esclarecimentos. Raphael é investigador lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

Repercussão e dor da família

A família de Marcelo, abalada, divulgou uma nota afirmando estar insegura e com medo, pois o suspeito segue em liberdade. Destacaram que Marcelo era uma pessoa querida e amiga de todos, e clamaram por justiça.

Testemunhas afirmaram que a situação foi desnecessária, já que Marcelo não chegou a agredir fisicamente o policial. Após ser baleado, ele teria repetido “Para quê isso?”.

“O declarante tentou socorrer a vítima que ainda respirava e lembra que a vítima ao ser baleada dizia : “pra que isso? pra que isso?”, disse o funcionário do hotel em depoimento.

Contexto do incidente

Marcelo estava retornando do trabalho para aproveitar o feriado prolongado com a família, que estava hospedada no hotel. O dono do carro que bloqueava a garagem estava na recepção tentando resolver um problema no cartão de acesso.

O episódio levanta questões sobre uso excessivo de força e o papel de autoridades treinadas em situações de conflito. As investigações continuam, com as autoridades buscando elucidar completamente as circunstâncias do crime e garantir que a justiça seja feita.