Nove minutos depois de falar em entrevista que ‘presidente sabia de tudo’, Cezar Bittencourt disse que não teria falado em ‘plano de morte’.
Em uma entrevista controversa, o advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou que o ex-ajudante de ordens confirmou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento de um suposto plano relacionado a ações contra Lula, Alckmin e o próprio Moraes e que estava a frente da tentativa de golpe.
A declaração, feita durante uma entrevista ao programa Estúdio I, de Andréia Sadi, gerou grande repercussão, mas foi seguida por um recuo suspeito inesperado do advogado, que negou ter mencionado a existência de um “plano de morte”. Tanto que Sadi chegou a perguntar se Cezar estava sendo pressionado ou mesmo ameaçado naquele momento.
Na entrevista, Andréia Sadi questionou diretamente sobre o envolvimento de Bolsonaro em um suposto plano de golpe de Estado. Bittencourt respondeu que Cid, em sua função de assessor, teria reportado fatos e participado de reuniões, indicando que seu chefe teria liderado as articulações.
Andréia Sadi questionou a Bittencourt: “Cid confirmou que Bolsonaro sabia desse plano de golpe de Estado?” Em resposta o advogado de Cid disse em alto e bom som: “Confirma que sabia, sim. Na verdade, o presidente de então sabia tudo, comandava essa organização”, afirmou o advogado.
Porém, após uma queda na conexão e o retorno da entrevista, o advogado passou a minimizar suas declarações iniciais, alegando que não mencionou um “plano de morte” e que Cid não tinha detalhes específicos sobre os encontros que presenciou.
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Bittencourt explicou que Mauro Cid, como assessor, confirmara a realização de reuniões e a presença de determinados indivíduos, mas não os conteúdos debatidos. Ele acrescentou que o depoimento de Cid foi uma etapa final para a consolidação de fatos que agora serão analisados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que poderá formalizar uma denúncia.
O episódio levanta dúvidas sobre a condução do caso e a clareza das declarações do advogado. A gravidade das acusações e a instabilidade nas falas de Bittencourt reforçam a necessidade de transparência e apuração rigorosa dos fatos, já que o depoimento pode ter implicações significativas no cenário político e judicial do país.