A região sul do Brasil está sob alerta de eventos climáticos severos.
A cidade de Jaguaruna, localizada no Sul do estado de Santa Catarina, foi surpreendida na madrugada desta segunda-feira (2) por um raro fenômeno natural conhecido como tsunami meteorológico.
Imagens de câmeras de segurança capturaram o momento em que o mar avançou de forma abrupta, invadindo áreas do continente e causando danos materiais. O evento ocorreu por volta da 1h da madrugada, quando o nível do mar subiu repentinamente, alcançando até um metro de elevação em poucos minutos, conforme registros da estação maregráfica de Balneário Rincão.
O fenômeno, segundo a Defesa Civil, aconteceu sem indícios prévios de maré alta ou agitação marítima nos modelos meteorológicos. Apesar do susto e dos danos, que incluíram a derrubada de pontes, árvores e muros, não houve registros de feridos ou prejuízos significativos.
De acordo com o meteorologista Piter Scheuer, o evento foi causado por uma linha de instabilidade atmosférica associada ao deslocamento de uma frente fria e de um ciclone no oceano.
Essa combinação de fatores gerou alterações bruscas na pressão atmosférica, resultando em um pulso de pressão que se propagou pelo mar, aumentando rapidamente a altura das ondas ao atingir a costa.
“Isso fez com que a pressão aumentasse de forma significativa em superfície após esses ventos fortes, gerando essas ondas intensas que favoreceram ondas que causaram esses estragos. Mas foi tudo por conta de uma linha de instabilidade”, afirmou Scheuer.
Fenômenos como este, embora raros, não são inéditos na região. Em novembro de 2023, um evento similar foi registrado em Laguna, também em Santa Catarina, causando invasões de água em casas e arrastando objetos.
Esses episódios ressaltam a complexidade da interação entre o clima e os oceanos, e reforçam a necessidade de monitoramento contínuo das condições atmosféricas e marítimas.
O tsunami meteorológico de Jaguaruna destaca a força imprevisível da natureza e a importância de preparar comunidades costeiras para enfrentar eventos climáticos extremos, mesmo que sejam raros e inesperados.