A confirmação da morte da artista gerou uma onda de comoção.
A atriz mexicana Marcela Alcázar Rodríguez, de 33 anos, faleceu após participar de um ritual espiritual na cidade de Durango, no México. A cerimônia envolvia o uso do kambô, substância conhecida como “vacina do sapo” ou “veneno do sapo”, extraída da secreção de uma rã amazônica.
Tradicional em práticas indígenas sul-americanas, o kambô é aplicado em queimaduras feitas na pele, sendo creditado como método para promover saúde física e espiritual, embora não tenha respaldo científico.
Marcela participava do ritual como parte de um curso de formação em curandeirismo quando começou a passar mal, apresentando vômitos e diarreia.
A atriz foi retirada do retiro espiritual por um amigo, após, segundo relatos, não ser autorizada a receber atendimento médico imediato. Embora tenha sido levada ao hospital, Marcela não resistiu.
A Procuradoria Geral do Estado de Durango abriu uma investigação para esclarecer as circunstâncias da morte, e o suposto pajé responsável pelo ritual, Jonathan Fernando Durán, está foragido. Testemunhas alegam que a falta de atendimento adequado pode ter contribuído para a tragédia.
Marcela era uma artista local, reconhecida por seu trabalho em curtas-metragens, séries e filmes gravados em Durango. Sua morte foi lamentada pela associação cinematográfica da cidade e pela produtora Mapache Films, onde trabalhava.
Ambas as instituições emitiram comunicados expressando pesar e solidariedade à família e amigos da atriz. O caso também gerou repercussão internacional, sendo reportado por veículos como New York Post e Metro.
Especialistas e instituições, como a BBC, reforçam os riscos associados ao kambô, principalmente quando usado fora do contexto tradicional e sem supervisão qualificada. A prática, que tem atraído adeptos alheios à cultura indígena original, pode ser fatal, como demonstrado por outros casos semelhantes.
A morte de Marcela Alcázar Rodríguez traz à tona a necessidade de maior conscientização sobre os perigos de rituais espirituais mal conduzidos e as consequências de práticas sem embasamento científico.